Pastagem Massai: A Revolução Verde na Pecuária Brasileira
O Panicum Massai tem se destacado como uma das principais escolhas para a diversificação de pastagens tropicais.
Origens e Desenvolvimento
Desenvolvido a partir de um híbrido espontâneo entre as espécies Panicum maximum e Panicum infestum, o Massai teve suas origens na Tanzânia, África. Coletado pela primeira vez em 1969, essa variedade foi trazida para o Brasil através de um programa de colaboração entre a empresa de pesquisa francesa Orstom e a Embrapa Gado de Corte em 1982.
Desde então, a Embrapa tem dedicado anos de pesquisa e desenvolvimento para aprimorar essa cultivar, visando melhorar sua adaptação, produtividade e resistência a diferentes condições ambientais. O resultado desse esforço é uma gramínea que se destaca não apenas pela sua capacidade de produção de forragem, mas também pela sua versatilidade e resistência.
Características e Benefícios
Uma das principais características da pastagem com Massai é seu crescimento formando touceiras, com uma altura média de 60 cm. Essa formação permite uma melhor cobertura do solo, reduzindo a erosão e melhorando a retenção de água. Além disso, o Massai possui folhas quebradiças e sem cerosidade, o que o torna altamente palatável para animais como bovinos, equinos e ovinos.
Outro benefício significativo do Massai é sua excelente produção de forragem, com grande velocidade de estabelecimento e rebrota. Essa característica o torna ideal para sistemas de pastejo rotacionado, onde é necessário um rápido crescimento da vegetação para suportar a demanda dos animais. Além disso, o Massai demonstrou boa resistência ao frio e ao fogo, tornando-o adequado para uma variedade de ambientes.
Plantio e Manejo
Para obter os melhores resultados com a pastagem com Massai, é importante seguir algumas recomendações específicas durante o plantio e o manejo da pastagem. O plantio deve ser realizado preferencialmente no período das chuvas, entre outubro e fevereiro, para garantir uma boa germinação das sementes. O solo deve ser preparado de forma convencional, com aração e gradagem, e a taxa de semeadura recomendada varia de acordo com o tipo de semente.
Durante o manejo da pastagem, é essencial realizar a adubação de manutenção anualmente, utilizando fertilizantes adequados para garantir o desenvolvimento saudável do Massai. Além disso, é importante alternar as fontes de nitrogênio entre uréia e sulfato de amônio e realizar a calagem conforme a análise de solo, visando corrigir a acidez e fornecer os nutrientes necessários para o crescimento da planta.
No sistema de pastejo rotacionado, é recomendado utilizar um período de pastejo de 7 dias e um período de descanso de 35 dias. No entanto, dependendo das condições locais e do nível tecnológico da propriedade, esse período de descanso pode ser ajustado para garantir uma melhor qualidade da forragem. Além disso, é importante realizar o manejo de formação da pastagem, estimulando o perfilhamento da forrageira e melhorando a cobertura do solo.
Resistência a Pragas e Doenças
Uma das vantagens da pastagem com Massai é sua resistência a pragas e doenças comuns em pastagens tropicais. Verificou-se que essa cultivar apresenta uma maior resistência à cigarrinha-das-pastagens, uma espécie que pode causar danos significativos às
gramíneas forrageiras. Além disso, o Massai tem mostrado resistência a doenças fúngicas como a helmintosporiose e a mancha foliar, o que reduz a necessidade de aplicação de defensivos agrícolas.
Essa resistência a pragas e doenças é especialmente importante em regiões onde o controle químico pode ser inviável devido a restrições ambientais ou econômicas. Com o Massai, os produtores podem reduzir sua dependência de agroquímicos, tornando a produção mais sustentável e econômica a longo prazo.
Colheita e Utilização
A colheita pode ser realizada de várias formas, dependendo da finalidade e do sistema de produção adotado pelo produtor. No caso de pastejo direto, os animais podem ser soltos na pastagem para se alimentarem da pastagem, sendo importante o monitoramento da altura de desfolha para garantir uma rebrota adequada.
Para a produção de feno ou silagem, o Massai deve ser colhido durante a fase de florescimento, quando a planta apresenta o máximo teor de nutrientes e energia. A colheita pode ser feita manualmente com o uso de ceifadeiras ou de forma mecanizada com o uso de colhedoras de forragem.
Após a colheita, o Massai pode ser utilizado na alimentação animal de diversas formas, fornecendo uma fonte de nutrientes de alta qualidade para bovinos, equinos e ovinos. Além disso, a palha remanescente da colheita pode ser utilizada para a produção de composto orgânico, contribuindo para a melhoria da fertilidade do solo e redução do uso de fertilizantes químicos.
Panicum Massai oferece alternativa sustentável e eficiente para a produção de forragem
O Massai representa uma verdadeira revolução na pecuária brasileira, oferecendo uma alternativa sustentável e eficiente para a produção de forragem. Com suas características únicas e benefícios comprovados, essa cultivar tem se destacado como uma das principais escolhas para produtores que buscam melhorar a produtividade e a rentabilidade de suas fazendas.
No entanto, é importante ressaltar que o sucesso do Massai depende não apenas da qualidade da cultivar, mas também do manejo adequado da pastagem. Portanto, é essencial que os produtores busquem capacitação técnica e estejam sempre atualizados sobre as melhores práticas de produção e manejo de forragens.
Com o investimento adequado em pesquisa, tecnologia e capacitação, o Massai tem o potencial de transformar a pecuária brasileira, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do setor e para a melhoria da qualidade de vida dos produtores rurais.